Pele de Gato

Pele de Gato
Samba Minha Vida

PELE DE GATO RECOMENDA

- Buraco do Galo - Em Oswaldo Cruz, Roda de Samba de primeira comandada por Edinho Oliveira com as maravilhosas Pastoras , ambiente familiar cerveja em garrafa e tira-gostos saborosos,vale apena conferir, todo primeiro sábado do mês - Rua Dna Vicência

- Sambastião - Na Rua do Russel - Glória , Roda de Samba apadrinhada por Ataulpho Alves Jr. acontece aos sábados na praça Luiz de Camões (grátis) horário de 15:00h as 22:00h. Cerveja gelada,caldos e tira-gostos maravilhosos.

- Terreiro de Crioulo - Na rua do Imperador 1075 - Realengo - acontece sempre nos segundos sábados de cada mês , muito partido Alto , Jongo e Sambas de Terreiros, a roda é comandada por Paulo Henrique Mocidade.

- Samba da Ouvidor - Esquina da Rua do Mercado e em frente a Rua do Ouvidor , acontece de 15 em 15 dias aos sábados com início ás 15:00h(confira datas no blog do Samba do Ouvidor)-

Vale a Pena Ver

- Noel Poeta da Vila -Filme contando parte da vida de Noel Rosa. -(Muito Bom)

- "O Mistério do Samba" - Documentário sobre a Velha Guarda da Portela. - (Ótimo)

- Música para os Olhos - Documentário sobre a vida de Cartola. - (Bom)
- Nas batidas do Samba - Documentário sobre a evolução do Samba.- (Ótimo)

- A Elegância do Samba - Documentário sobre a vida de Walter Alfaiate. - (Bom)

"UM SENHOR DE RESPEITO" - SÉRIE PUXANDO CONVERSA

PARTIDO ALTO

CLUBE DO SAMBA

LUGARES,SAMBAS E BAMBAS 02


PORTELINHAPORTELÃOVELHA GUARDA



PORTELINHA


PORTELÃO

Portelinha e Portelão
A história da Portela remete aos idos de 1921, quando Esther Maria Rodrigues (1896-1964) e seu marido Euzébio Rosas, então porta-bandeira e mestre-sala do cordão Estrela Solitária, de Madureira, mudaram-se daquele bairro para Oswaldo Cruz, onde fundaram o bloco Quem Fala de Nós Come Mosca.
Uma dissidência desse bloco, comandada por Galdino Marcelino dos Santos, Paulo Benjamin de Oliveira(conhecido como Paulo da Portela), Antônio Rufino e Antônio da Silva Caetano, deu origem em 1922 a outro bloco, o Baianinhas de Osvaldo Cruz, que logo no ano seguinte adotou um estatuto e montou uma diretoria, fato que faz com que a data de fundação da Portela seja muitas vezes remetida erroneamente a 1923. O bloco, no entanto, não durou muito tempo.
Em abril de 1923, reunidos numa casa, onde também funcionava o Bar do Nozinho, na Estrada do Portela, número 412, Rufino, Caetano e Paulo decidiram criar um outro bloco, que teve seu documento de fundação assinado em 11 de abril de 1926, nascendo assim o Conjunto Carnavalesco Osvaldo Cruz, que teve Paulo da Portela como seu primeiro presidente.
Em 1929 acontece o primeiro concurso de sambas conhecido. Organizado pelo pai de santo Zé Espinguela, este concurso contou com a participação de sambistas do Estácio, da Mangueira e de Oswaldo Cruz, tendo sido divulgado por Zé Espinguela na coluna que ele tinha no jornal Vanguarda, e sendo vencido pelo Conjunto de Oswaldo Cruz.
Após esta vitória o bloco muda de nome para Quem nos Faz é o Capricho, por influência de Heitor dos Prazeres, que além de sugerir o nome, desenhou sua bandeira..
Em 1931, quando as escolas de samba ainda estão sendo definidas, o grupo muda novamente de nome, desta vez para Vai como Pode (na verdade, "Vai Como Pode", na grafia da época), um nome sem dúvidas mais humilde em relação ao anterior. Tal mudança foi motivada por uma briga entre seus integrantes, quando em 1930, Heitor dos Prazeres teria se apropriado dos direitos autorais de Rufino, registrando em seu nome o samba "Vai mesmo", prática comum entre os sambistas da época, mas não tolerada em Oswaldo Cruz. Após este evento, Heitor se afastou definitivamente da escola, indo para a agremiação De Mim Ninguém Se Lembra; Paulo também ficou um tempo afastado.
A nova bandeira da agremiação foi desenhada por Antônio Caetano, que passou a ocupar o cargo de presidente. Escolheu como cores o azul e o branco, que já eram associadas à agremiação desde 1929, e o modelo de bandeira, com faixas diagonais partindo de um círculo central, que mais tarde tornaria-se um padrão para a maioria das escolas de samba. Segundo Caetano, tal modelo seria inspirado na Bandeira do Sol Nascente, uma das bandeiras oficiais do Japão.. Também na mesma ocasião foi escolhida a águia como símbolo da entidade, pois esta simbolizaria, para Caetano, o vôo mais alto que os sambistas desejariam alçar.

Ainda em 1931, mesmo sem um concurso oficial, a agremiação apresentou-se com duas inovações em termos de escolas de samba, trazidas dos Ranchos: o enredo "Sua majestade, o samba", e uma alegoria de uma figura humana integrada por instrumentos de percussão.
Assim, a entidade disputou os concursos de Carnaval de 1932, 1933 e 1934, conquistando dois vice-campeonatos e um quarto lugar, tendo sido a denominação Vai Como Pode usada até 1935; nesse ano, dois dias antes do desfile das escolas de samba, no dia 1º de março de1935, por ocasião da renovação da licença da escola na polícia, o delegado Dulcídio Gonçalves recusou-se a renová-la, por considerar o nome como chulo e indigno de uma escola de samba. O mesmo delegado sugeriu no lugar a denominação atual "Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela", em referência ao logradouro Estrada da Portela, onde os sambistas se reuniam, bem como a um de seus componentes mais ilustres, Paulo da Portela. A mudança agradou bastante à comunidade, mesmo porque muitos já se referiam anteriormente ao grupo como "o pessoal da Portela". Nesse ano, a Portela foi pela primeira vez campeã de um desfile de escolas de samba.
Em 1939, a Portela foi novamente campeã com o enredo "Teste ao Samba", que é considerado por alguns como o primeiro samba enredo, muito embora os estudiosos majoritariamente entendam que o primeiro samba-enredo na verdade tenha sido o da Unidos da Tijuca em 1933.
Em 1941, após um desentendimento com o mestre-sala Manuel Bambambã, Paulo da Portela não desfilou. Paulo durante muito tempo brigou para que todos os componentes desfilassem devidamente fantasiados ou se não, vestidos com as cores da escola, porém no dia deste desfile ele voltava de uma apresentação em São Paulo, juntamente com Heitor dos Prazeres e Cartola, e estavam todos vestidos de preto e branco. Sem tempo de trocarem de roupa, combinaram assim de desfilar, os três, em cada uma de suas escolas de samba. Porém na vez de desfilarem pela Portela, Bambambã não permitiu que os outros dois, por não serem da escola e ainda não estarem devidamente vestidos, pudessem desfilar. 
Na verdade, Bambambã já tinha desentendimentos anteriores com Heitor, quando da passagem deste pela Portela, ocasião em Bambambã o havia esfaqueado. Na hora do ocorrido, poucos portelenses perceberam o que estava ocorrendo, porém, posteriormente ao desfile, muitos ficaram a favor de Bambambã, pois julgaram falta de coerência por parte de Paulo da Portela, que tanto havia brigado pelo respeito as cores da escola no desfile, querer desfilar daquela maneira. Após isso, Paulo da Portela jamais desfilou novamente por sua escola do coração.
Porém, durante as tentativas dos EUA de construir uma "relação de boa-vizinhança" com os seus vizinhos da América do Sul, Paulo da Portela foi escolhido para ser o modelo da criação do personagem Zé Carioca, bem como para representar o samba no exterior. Por conta disso a Portela excursionou pelos Estados Unidos, e acabou sendo apresentada no evento pelo próprio Paulo da Portela.
Nas décadas de 1940 e 1950, comandada pelo ilustre bicheiro Natal, que era amigo de Paulo da Portela, a escola conquistou inúmeros campeonatos, com destaque para o heptacampeonato consecutivo, entre 1941 e 1947. Durante o racha de 1947, quando da criação da FBES, a Portela preferiu manter-se na UGESB, com uma passagem de um ano pela UCES em 1950,e posterior retorno à UGESB no ano seguinte, até a fusão entre UGESB e UCES.
A sede da escola, no Bar do Nozinho, na Estrada do Portela, em Oswaldo Cruz, foi posteriormente transferida para outro endereço, no mesmo logradouro, posteriormente apelidado de "Portelinha". Devido ao tamanho considerado pequeno do local, as disputas internas de samba-enredo, durante a década de 1960, já não mais podiam ser realizadas em sua sede, sendo que para isso, a Portela passou a alugar o Imperial Esporte Club, em Madureira, numa localidade que à época era chamada de Magno, devido à Estação Magno. Pouco a pouco, a Portela passou a ser vista como uma escola pertencente à Madureira, até que em 1972, se instalou definitivamente no bairro, com a construção do "Portelão", sua nova sede, na Rua Arruda Câmara - posteriormente chamada de Rua Clara Nunes.


Velha Guarda
A Velha-Guarda da Portela de início era composta pelos irmãos Aniceto da Portela, Mijinha e Manacéa, e ainda por Alberto Lonato, Ventura, Alvaiade, Francisco Santana, Antônio Rufino dos Reis, Alcides Dias Lopes (mais conhecido por Alcides Malandro Histórico), Armando Santos e Antônio Caetano.
                                         
A formação que ficou mais conhecida foi com Jair do Cavaquinho,Guaracy, Monarco ,Casquinha, Cabelinho,Argemiro,Davi do Pandeiro,Casemiro,Serginho Procópio e as pastoras, Áurea Maria, Surica, Doca e Eunice, que participaram do documentário O Mistério do Samba que resultou no CD Tudo Azul.
Hoje comandada pelo Mestre Monarco a Velha Guarda se apresenta todo 1º sábado de cada mês no Portelão , onde é servida a famosa feijoada , com início ás 14:00 h    

                                                   


 CIDADÃO DA PORTELA - MONARCO



Hildemar Diniz ,nasceu no bairro de Cavalcanti, mas ainda criança foi morar em Nona Iguaçu. Aos 10 anos de idade mudou-se para Oswaldo Cruz, subúrbio do Rio e bairro de origem da Portela. Àquela época teve de perto contato com os sambistas da escola, integrando blocos e compondo sambas ainda pequeno. Também foi nessa época que surgiu o apelido, Monarco, como o próprio relata:

Quando cheguei em Nova Iguaçu, pequeno ainda comecei a me enturmar, fugir um pouquinho de casa e conhecer os amiguinhos. Foi quando um camarada tava lendo uma revistinha pequena... Gibi, era um gibi, Super-Homem, que tinha uns negócios... não sei o quê não sei o quê o Monarco não sei o quê...", aí eu comecei a rir. Achei gozado! Garoto bobo, eu tinha 5 ou 6 anos. Aí ele: "Tá rindo por quê, seu Monarco?" Aquilo bateu, ficou como um visgo ali agarrado. Todo mundo vinha, os garotos: "Monarco!", nas minhas costas me batendo, aí pegou...
Cquote2.svg
Em 1950 foi convidado a integrar a ala de compositores da Portela, sua grande paixão, onde mais tarde viria a torna-se líder da velha guarda mais popular do Brasil. Também tornou-se diretor de harmonia da escola. Nunca conseguiu ganhar uma disputa de samba enredo, mas sempre emplacou sambas de terreiro ou sambas de quadra, como são conhecidos. O mais famoso dele é "Passado de Glória", que já foi esquenta da agremiação em diversos anos e regravado por muitos intérpretes. Sua última disputa de samba enredo foi em 2007, com seu filho de Mauro Diniz e o presidente da Ala de Compositores da Portela, Júnior Scafura.
Seu primeiro disco solo - que o revelou também como intérprete - foi lançado em 1976, com sucessos como "O Quitandeiro" (com Paulo da Portela), "Lenço" (com Francisco Santana) entre outros clássicos que foram regravados por grandes nomes da MPB. Outro disco de sucesso, "Terreiro", foi lançado em 1980. Em 1995, Monarco ganha reconhecimento internacional com o CD "A Voz do Samba", lançado no Japão. Lançado pelo selo Kuarup, o disco lhe rendeu um prêmio Sharp de melhor cantor do gênero.
De linhagem nobre no samba, onde foi discípulo de Paulo da Portela, e música com melodias apuradas, de letras de qualidade louvável, Monarco figura entre os maiores sambistas da história. Entre seus grandes sucessos estão "Vida de Rainha", "Passado de Glória" e "Coração em Desalinho", parceria com Ratinho de Pilares, gravada por Zeca Pagodinho e que atingiu imenso apelo popular. Em 1999 a cantora Marisa Monte convidou Monarco e a Velha Guarda da Portela para o CD "Tudo Azul", de sua produção, que contou com participação de Paulinho e Zeca Pagodinho. Foi um grande divisor de águas, pois tornaram-se reconhecidas ainda mais as músicas do babas e da Ala mais tradicional da Azul e Branca de Oswaldo Cruz.
Em 2005, após um atraso devido ao Abre-Alas da Portela, onde funcionários da escola não conseguiram encaixar as asas da Águia a tempo do desfile, o último setor e carro da agremiação foram impedidos de desfilar, com medo do estouro do tempo regulamentar. Naquele setor era onde estavam exatamente os integrantes da Velha Guarda da Portela, entre eles Monarco, Tia Surica, Casquinha e tantos nobres do samba.
Em 2010, Monarco gravou seu primeiro DVD - "Monarco: A Memória do Samba" - no dia 28 de setembro, no Teatro Oi Casa Grande, Rio de Janeiro. O projeto vem com a promessa de se tornar um registro do mundo do samba que vai ficar na história. Desse DVD participam Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, Paulinho da Viola, Velha Guarda da Portela e Família Diniz. Tudo sob a direção artística de seu filho, Mauro Diniz . Beth Carvalho também participa do DVD. Apesar de não poder comparecer ao show por conta da recuperação de um cirurgia na coluna, Monarco e sua banda foram à sua casa para gravar, juntamente com a madrinha do samba, a música "Lenço". A gravação foi exibida durante o show e está presente no DVD . O DVD faz parte de um projeto da ONG Oficina do Parque de preservar a obra do bamba portelense, que ainda traz um CD ao vivo do mesmo show, e a edição de um almanaque intitulado “Memórias de um Bamba”, com partituras e assuntos diversos sobre a vida, a música, as curiosidades e os casos vividos por Monarco, contribuindo na preservação de sua obra.