Pele de Gato

Pele de Gato
Samba Minha Vida

PELE DE GATO RECOMENDA

- Buraco do Galo - Em Oswaldo Cruz, Roda de Samba de primeira comandada por Edinho Oliveira com as maravilhosas Pastoras , ambiente familiar cerveja em garrafa e tira-gostos saborosos,vale apena conferir, todo primeiro sábado do mês - Rua Dna Vicência

- Sambastião - Na Rua do Russel - Glória , Roda de Samba apadrinhada por Ataulpho Alves Jr. acontece aos sábados na praça Luiz de Camões (grátis) horário de 15:00h as 22:00h. Cerveja gelada,caldos e tira-gostos maravilhosos.

- Terreiro de Crioulo - Na rua do Imperador 1075 - Realengo - acontece sempre nos segundos sábados de cada mês , muito partido Alto , Jongo e Sambas de Terreiros, a roda é comandada por Paulo Henrique Mocidade.

- Samba da Ouvidor - Esquina da Rua do Mercado e em frente a Rua do Ouvidor , acontece de 15 em 15 dias aos sábados com início ás 15:00h(confira datas no blog do Samba do Ouvidor)-

Vale a Pena Ver

- Noel Poeta da Vila -Filme contando parte da vida de Noel Rosa. -(Muito Bom)

- "O Mistério do Samba" - Documentário sobre a Velha Guarda da Portela. - (Ótimo)

- Música para os Olhos - Documentário sobre a vida de Cartola. - (Bom)
- Nas batidas do Samba - Documentário sobre a evolução do Samba.- (Ótimo)

- A Elegância do Samba - Documentário sobre a vida de Walter Alfaiate. - (Bom)

"UM SENHOR DE RESPEITO" - SÉRIE PUXANDO CONVERSA

PARTIDO ALTO

CLUBE DO SAMBA

HOMENAGEM AOS CUIQUEIROS - POR ANTÔNIO MIRANDA - (POSTAGEM DO BLOG CUIQUEIROS DE PAULINHO BICOLOR)

Cuiqueiro que se preza não pode ver uma câmera!!!!! Tá sempre rindo e de boca aberta. Mas por que será que todo cuiqueiro sorri???? Sorri porque a arte de tocar cuíca é para poucos. Bem poucos. Sim, tocar cuíca é fácil. Mas tocar com alma é outro papo. Tocar com alma é colocar o sentimento em cada nota que tira, em cada puxada na vareta, em cada agudo tirado. É tocar como se a cuíca fosse a extensão de seu corpo e o traduzir de sua alma.
Diferente dos outros, cuica não se bate! Cuíca se toca. Se toca, ô cara! Não é só, como diz o povo que gosta de sacanear os cuiqueiros, “puxar o pau”. É muito além disso. É tratar o instrumento como a mulher amada, é tocar com carinho, com sentimento de modo a obter de cada nota o mais belo dos sons, deixando, a cuica (e a mulher amada também!) como em pleno estado de gozo. Gozo para quem toca e para quem ouve também.
Sem esquecer a importância das caixas, surdos, repiques, tantãs, tamborins e os outros, temos na cuica um instrumento mágico. Mágico por sua diversidade de possibilidades e mágico porque os leigos imaginam como é tocado. De tão mágico, atrai sempre o rebolar da mulata, as cadeiras da passista que, como enfeitiçada, vem sambar pertinho para delírio do cuiqueiro. É por isso que abre aquele puta sorriso! Tinha que ser diferente? Francamente não.
Já passei por diversas situações de chegar pleno desconhecido em uma roda de samba e, após a primeira gargalhada na cuica, atrair o olhar de muitos. Chego cuiqueiro anônimo. Saio cercado de amigos. Certa vez, em uma dessas rodas, escutei uma frase que traduz muito disso. “Quem chega com uma cuica não tá de inocente na roda...” Acho que é isso mesmo. Quem toca cuica sabe o que faz e como faz. Sabe dar a chorada bonita no samba de mesa, quando a canção exige, dando, além do molho e suingue, um ar de tristeza e dor de cotovelo para, no minuto seguinte, cair na gargalhada trazendo a alegria geral.
De tão incomum, o instrumento vira sobrenome. É comum conhecermos os Fulanos e cicranos da cuica! (Não vou aqui nomear nenhum para não cair na injustiça com os demais.). Mas não se conhecer fulano do surdo, beltrano da caixa... é coisa só de cuiqueiro mesmo!
Porque, a cuica, vira a extensão de si mesmo? Além de ser tocada junto ao corpo, a cuica exprime um pouco da alma humana, da alegria e da tristeza, da marcação contínua que dá o suingue, da rápida aparição e destaque para, no minuto seguinte misturar o seu suingue a todos os outros, completando com cada nota, cada toque o desenho da percussão.
Como disse o Natal, “se bateria de escola de samba fosse sinfônica, a cuica seria o violino”. Nem precisa dizer o quanto concordo com ele. E, mais que isso, ser cuiqueiro é ter em si o pleno estado de arte, de graça, o sorriso de quem admite que a vida é bela, mesmo nas choradas de tristeza que a cuica dá e que são plenamente compensadas pelas gargalhadas dela mesmo que contagiam ao cuiqueiro e a todos que ouvem. Em suma, ser cuiqueiro é conhecer de pertinho bem mais que as cadeiras da mulata, da passista. Ser cuiqueiro é ter respeito à alegria da vida.